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Jogamos Crusader Kings 3

Foto do escritor: CarolíngioCarolíngio

Crusader Kings 3 é o mais novo lançamento da Paradox Interative, um dos jogos mais aguardados do gênero de grand strategy. Crusader Kings entra em seu terceiro título em grande estilo e nós do História e Combate Medieval, tivemos o privilégio de experimentar o mais novo lançamento dos gêneros de estratégia e temos algumas breves considerações nesta resenha.


A proposta do jogo é dar vida a um jogo de estratégia do estilo de grand strategy com alguns toques de RPG. O jogo possuía dois títulos anteriores, sendo que o segundo título (Crusader Kings2), haviam sido testadas em outro jogo da empresa, ambientado no Japão Samurai.


Há um imenso roleplay dentro deste período medieval. Você pode criar, dar continuidade a dinastias e administrar o complexo mundo medieval, onde é possível fazer de tudo: Seja levar uma vida mais belicosa, focar nos diversos aspectos da diplomacia e até se aventurar nas sombras da intriga. Oito anos depois do lançamento do segundo jogo, finalmente temos Crusader Kings 3, lançado no dia 1 de setembro de 2020.


Existem vários tipos de jogadores de Crusader Kings, mas podemos destacar alguns estilos: Existem os causais, que o levam como um “mero” jogo, existem mais hardcores, que levam campanhas a fio, muitas vezes buscando algum nível de dificuldade , os jogadores que querem experimentar de tudo, jogando em várias localidades e até aqueles jogadores que experimentam o grandioso universo dos mods. Neste aspecto, o novo título do jogo não deixou a desejar.


Universo Medieval


Crusader Kings 3 possui uma infinidade de possibilidades. Você pode jogar com um Jarl nórdico, um Duque germânico ou francês, efetuar a Reconquista Ibérica, experimentar as intrigas da corte islâmica, unificar as tribos das estepes, ser um Rajá na Índia ou impedir a queda do Império Bizantino.


O jogo conta com algumas datas iniciais, sendo a mais antiga até o momento sendo 867, com "cenários" em 1066, levando até o ano de 1453. Para quem não sabe, seu antecessor contava com uma variedade ainda maior destas datas, o que tonava o jogo com uma rejogabilidade maior. Por outro lado, o mapa de Crusader Kings 3 está maior e mais rico em vários aspectos e detalhes.


Conhecer um pouco da história, faz uma boa diferença quando se joga algum jogo de estratégia. Não é diferente com Crusader Kings 3. Entender as mecânicas básicas do medievo, podem lhe fazer ter uma experiência ainda mais agradável. Assim, não podemos esquecer que em nossa resenha do outro grand strategy Imperator: Rome, é importante entender um pouco como funcionava a antiguidade.


Mas não se assuste! Crusader Kings 3 possui uma grande enciclopédia e um ótimo sistema de dicas, já presentes no Imperator, que faz sua experiência ficar ainda mais interessante e o aprendizado ainda mais didático. Não podemos nos esquecer de mencionar o tutorial, que desta vez se passa na clássica Irlanda (conhecida pela comunidade como noob island), em uma simples e agradável campanha de aprendizado como um senhor local em busca pela coroa.


Interface


O jogo possui uma interface limpa e bela. Os ícones estão em fácil acesso e os gráficos não são pesados a ponto de exigir apenas os melhores computadores para executar o jogo.


Os personagens agora possuem alguns movimentos, a indumentária está adaptada de acordo com algumas culturas e podemos deduzir que ficará ainda mais específica para cada cultura, assim como as armaduras.


Vale ressaltar que a arte do jogo está maravilhosa. Algumas imagens parecem pinturas, os soldados espalhados no mapa estão historicamente acurados e com bons detalhes e a interface de batalha está muito bem esquematizada.


As músicas dão um novo frescor para a série. Com um tom nostálgico, a música tema do Crusader Kings foi reformulada e assim como seu título antecessor, possui músicas específicas para algumas culturas. Sem dúvidas, a trilha sonora de Crusader Kings 3 traz uma boa imersão e combina com o tema.


Religião


Houve uma reformulação no sistema de religião, que gerou uma divisão de opiniões. No Crusader Kings 3, há a possibilidade de você criar sua própria religião e até sua própria heresia, seja ela atrelada ao cristianismo ou não.


Isto deve ser devidamente observado, pois a inteligência artificial pode exagerar e o mundo que deveria ser uma adaptação do medievo, se torna uma grande realidade paralela cheia de divisões religiosas. Há relatos atuais, por exemplo, do mapa forrado de heresias e instabilidade religiosa.


Por outro lado, se o caro leitor tem interesse em criar uma religião onde o adultério e fornicação sejam permitidas, vá em frente! Apenas lembre-se que assim como na vida real, o Crusader Kings trabalha sempre com o sistema de “ação e reação”.


Devemos lembrar que as mecânicas de criação de nova religião estão longe de possuírem acostamento histórico, entretanto, ao organizar religiões politeístas, ou seja, os pagãos, que eram religiões “desorganizadas”, existiam mecânicas muito interessantes desde o título anterior e demanda planejamento e estudo de possibilidades e o plano de ação.


Tecnologia


O sistema de tecnologias era muito criticado por parecer muito raso nos títulos anteriores. Tecnologia demanda tempo e claro, tecnologia é poder. Isto, o Crusader Kings 3 sabe fazer de forma exímia.


O sistema de tecnologia é dividido em três eras: Early, Middle e Late Medieval Ages. Cada região específica do mapa possui uma árvore tecnológica capaz de desbloquear grupos e estilos específicos de tecnologia. A única coisa que deve ser feita e ser observada, é o foco que qual tecnologia será desbloqueada primeiro. Vale ressaltar ainda que quanto maior o conhecimento de seu personagem, mais rápido estas tecnologias serão desbravadas.


Para imersão, houve uma caracterização das tecnologias que influem diretamente no jogo e naturalmente, tornam o jogo ainda mais divertido. Por exemplo, há tecnologias que criam guildas mercantis, urbanização e os importantíssimos desenvolvimentos militares, tão vitais não apenas para a sobrevivência de seu território mas também para sua expansão.


Conclusão


Afinal, Crusader Kings 3 vale a pena? Nós do História e Combate Medieval entendemos que sim. Muitas pessoas criticam o sistema e a política de desenvolvimento de jogos da Paradox Interative, mas nós entendemos perfeitamente que a maioria quase que esmagadora dos jogos desta empresa são como o vinho: envelhecem e muito bem com o tempo.


Sem dúvida alguma, o Vanilla do Crusader Kings 3 é um jogo muito bem estruturado com um grande futuro. Comparado ao seu título anterior, ou seja, Crusader Kings 2 na época de seu lançamento em 2012, é superior. Entretanto, o Crusader Kings 2 com todas as DLCs, possui um grande potencial e ainda é mais completo que seu título sucessor.


Conteúdos adicionais como repúblicas, nômades, adição de mecânicas do Sacro Império Romano Germânico e Império Bizantino, sistema sanitário presente na DLC “Reaper’s Due” e até a Charlemagne. Claro, podemos esperar conteúdos parecidos para o jogo que acabou de lançar e até DLCs cosméticas como brasões históricos e indumentária e tropas mais detalhadas para cada cultura e quem sabe, uma mudança das roupas e armaduras ao longo das épocas?


Crusader Kings 3 é um jogo com futuro e potencial maravilhoso. Desde seu lançamento foi bem polido para rodar nos computadores e vamos aguardar as atualizações e conteúdos adicionais vindouros para este novo jogo da franquia que sem sombra de duvidas, pode marcar uma nova era para os jogos de estratégia.


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