Stupor Mundi
- Carolíngio
- 23 de jun.
- 3 min de leitura
Board Games de temática histórica são sempre muito envolventes. Principalmente quando somos transportados para o século XII e XIII, em pleno Sacro Império Romano Germânico durante o reinado de uma das figuras históricas mais importantes da história imperial – Frederico II Hohenstaufen.
Stupor Mundi não é apenas mais um Board Game de estilo “euro mediano”, mas vai muito além. Possui uma mecânica pesada, mas que com o tempo a fluidez da jogabilidade permite o jogo avançar bastante. Cada ação e estratégia são fundamentais para evitar que o adversário consiga muita vantagem sobre você.

Stupor Mundi?
O termo em latim não está no jogo apenas de enfeite. Frederico II era um nobre de uma linhagem poderosíssima, a Casa Hohenstaufen. Seu pai, foi Frederico Barba Ruiva, um dos líderes da terceira cruzada, conhecida como a Cruzada dos Reis, bem como seu legado conseguiu ainda criar uma emancipação de todos os feitos de seu pai.
Frederico era sacro Imperador Romano Germânico, Rei da Itália, Rei da Sicília, Rei da Burgúndia e ainda se tornou Rei de Jerusalém após sua cruzada. Considerado por alguns estudiosos um dos maiores reis germânicos, para outros até um dos maiores monarcas da Idade Média, Frederico II forjou um Estado medieval de caráter imperial, com centralização de poder, estável e uma forte burocracia.
Stupor Mundi, é a alcunha adquirida pelo imperador, “a Maravilha do Mundo”, diante de suas grandes habilidades, que o fez ser conhecido, admirado e temido, seja por seus aliados e inimigos.

Gestão
Um dos pontos extremamente positivos de Stupor Mundi, além de sua ambientação, é a gestão de recursos. É um jogo que exige muita estratégia e gestão de recursos. Não é difícil gastar uma quantidade além do esperado, o que torna a situação bastante interessante, muitas vezes, criando dilemas de ações e estratégias.
Deck Building
O Board Game contém também um deck building bastante interessante. Simples e honesto, podemos dizer. Conforme o dinamismo ocorre com a passada de cidades em cidades, os jogadores devem se aprontar e fortalecer seus decks para não perder os benefícios.
O tempo todo, os jogadores deverão prestar atenção nos aliados de Frederico II e seus aliados, para montar um deck que lhes permita efetuar uma boa ação e assim, adquirir maior pontuação.
Interação
Stupor Mundi possui uma interação maior do que o esperado e costuma ser até mais interativo do que os demais jogos do gênero. Por ser um Euro de relativa complexidade, a interação aparece em bom momento para quebrar o gelo e permitir um melhor desenvolvimento de estratégias e até como forma de dispersão dos jogadores, para criar uma distração.

Arte, Visual, Composição
Jogabilidade: No jogo, seremos um dos vassalos de Frederico II na Itália. Devermos expandir as estruturas do domínio feudal, responder aos pedidos do Sacro Imperador quando seus vassalos forem convocados, bem como seremos responsáveis em desenvolver seu reino, das partes centrais até a fronteira periférica.
Devemos saber lidar com a mecânica dos éditos imperiais que afetam o Palácio de Frederico II e determinam as recompensas que os jogadores podem receber de seus aliados.
O castelo ou fortaleza, em toda a jogatina, será uma estrutura chave para o desenvolvimento da trama e da vitória do vassalo.
Uma partida costuma ser relativamente longa, de 130 a 150 minutos.
Visual: É um jogo de qualidade visual imensa. Com uma arte onde nos leva a Idade Média, Stupor Mundi é um jogo que nos chama a atenção desde sua arte na capa, que nos aparenta a chegada do Sacro Imperador a algum feudo do Sul da Itália.
O próprio jogo, cheio de iconografia que nos faz interagir não apenas com o jogo, mas também de sentir uma ótima imersão. Imagens de freiras, comerciantes, nobres, meeples em formatos de torres ou barcos, bem como o tabuleiro, muito bem ilustrado e colorido.

Veredito
Stupor Mundi é um jogo que definitivamente não deixa a desejar em nenhum aspecto. Um Euro de peso, longe de ser um Board Game do gênero com a “simples” temática medieval. A jogabilidade e dificuldade, vai depender da familiaridade dos jogadores e da mesa com os euros. Alguns podem achar o jogo muito pesado, mas com o tempo a jogatina torna toda a dinâmica muito fluida.
Uma característica que nos chamou a atenção, foi a importância extrema de cada ação presente no jogo. Alguns jogadores terão objetivos totalmente diferentes, mas criarão uma sinergia muito interessante enquanto buscam atingir objetivos totalmente diferentes e pontuar.
Possui fator de rejogabilidade e cada ponto conta em Stupor Mundi. Algumas partidas tendem a ser bastante apertadas.
Para os apreciadores de jogos de tabuleiro e que são interessados sobre Idade Média, é uma ótima pedida! Nota 10!
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