A série de televisão, El Cid, da Amazon Prime, rendeu bastante comentários sobre sua produção. Envolvendo a história, memória e o legado de Rodrigo Días de Vivar, O Campeador, é um dos maiores símbolos e personagens históricos não apenas da Península Ibérica, dos espanhóis, mas ultrapassava o imaginário da cristandade medieval ocidental. El Cid, transcendeu os tempos e “sobreviveu” com louvor, até a atualidade.
Por causa disso, é uma figura histórica muito respeitada e prezada, principalmente pelos espanhóis. Em nossa primeira resenha sobre o assunto, abordados a indumentária dos castelhanos, leoneses, aragoneses e navarros, criando um contraponto com o mundo do Taifa de Saragoça. Caso o caro leitor não tenha lido nossas considerações, vale dar uma checada. Neste artigo, abordaremos as questões históricas por trás da primeira temporada da tão controversa série, que anda dividindo opiniões na comunidade histórica e nos telespectadores.
Período Histórico e Cenário
A série nos remonta, em sua primeira temporada, a tenra juventude de Rodrigo Díaz de Viver. Provavelmente o jovem Cid está em seus anos finais da adolescência e no início de sua vida adulta. A grande aspiração de Rodrigo, a série deixa bem claro, é tornar-se cavaleiro. Com a família ligada diretamente a assuntos militares e políticos, uma vez que seu avô serve a um dos vassalos mais poderosos de Leão, e seu pai acaba de morrer na Batalha de Atapuerta, em 1054. Após, Rodrigo parte para a capital de Leão para aprender o ofício da guerra.
Neste momento, devemos ressaltar que a cavalaria não era uma profissão, como as demais no medievo. Era um estilo de vida. Historiadores vão discutir amplamente sobre o processo de criação, objetivo e lapidação da cavalaria. Mas, seguindo os trabalhos e a ideia de David Porrinas González, mestre da Universidade de Extremadura, devemos lembrar que para um cavaleiro ser nomeado, primeiro deve ser pajem, depois escudeiro e finalmente passar pelo ritual de nomeação. Não há registros históricos ou fontes confiáveis que demonstrem que os garotos fossem pajens, de fato, na época em que se passa a série. Mas podemos ter uma ideia de que funções similares a um pajem, já existiam e mantinha muitos garotos atarefados.
Uma coisa bem apresentada pela série, é o avanço e a dedicação que o ofício de cavaleiro exigia: horas e horas de treino e dedicação. Junto dos cavaleiros e homens de armas veteranos, que serviam como mestres, professores e tutores, para a formação da vida adulta, de caráter e da maestria das armas e eventualmente da equitação. Eram equipamentos caros, feito com aço, que pesava de 25 a 30 quilos, na época dos fatos.
A grande cidade de Leão, nos dá um ar medieval. No mundo cristão, era uma das maiores concentrações urbanas da cristandade na Península Ibérica. A série é filmada em Burgos, Soria e Albarracín, portanto, são regiões próximas de onde a história realmente se passa. Podemos ver fortalezas elevadas, casas da madeira e adobe e a ponte de Burgos, elemento clássico da movimentação de exércitos, pessoas e comércio. Ainda sobre os cenários, os castelos nos dão uma sensação um tanto quanto estereotipado – Castelos escuros, à luz de velas o tempo todo. Podemos ver que a arquitetura empregada nas filmagens, referem-se a castelos posteriores dos “tempos de Cid”. Um ponto bastante positivo nos detalhes é o afresco empregado no castelo, que demonstram iconografia de beatos da época, como Beato Fernando I e Dona Sancha de Leão. Ademais, temos a série retratando uma catedral. O estilo ideal desta catedral, seria no estilo românico, entretanto, temos uma catedral do início do período gótico em cena.
La Tizona e Joyeuse
Outro importante ponto a ser mencionado é exatamente a diferença empregada na série entre as espadas. O imaginário do Cid, sempre remete o grande guerreiro com sua espada, La Tizona. Ocorre, que a série, traz ao público a espada no estilo de Joyeuse, a lendária espada de Carlos Magno, confundindo dois personagens e duas histórias totalmente distintas.
Para clarear a situação, traremos o estudo do especialista em recriação e historiador, Yeyo Balbás. A espada comumente relacionada a Rodrigo é uma espada do século XV, uma espada de presente dos Reis Católicos ao Marquês de Falces, conservada e presente até hoje, no Museu do Exército. Não podemos, explica Balbás, mensurar com exatidão, o equipamento do Cid, mas com certeza, não era uma espada tão detalhada e rica em detalhes como a Tizona do século XV. As espadas do século XI eram mais robustas, possuem um sulco arredondado e um pouco largo, fios levemente convergentes e uma guarda bem diferente das espadas do século XV. A Tizona, é uma espada dos anos de 1500-1520, tipicamente hispana, igualzinha de Gonzalo Fernández de Córdoba, o Gran Capitán.
Devemos lembrar ainda, que o imaginário de Tizona nasceu das Gestas sobre o Campeador. Rodrigo ganha a espada de presente, do Sultão do Marrocos, após entrar em Valência. Ademais, não existe nenhuma prova sólida, que a espada do Campeador, realmente se chamava Tizona, enquanto Cid viveu.
A Joyeuse, a espada de Carlos Magno, aparece primeiro no século XIII, documentalmente, séculos depois da morte do Sacro Imperador Romano Germânico, amplamente usada na coroação dos reis da França. A Gesta Karoli Magni, assegura que as espadas francas, eram vendidas e comercializadas por toda a cristandade. Tempos depois, surge na Renânia, uma nova técnica de forja, que graças a achados de arqueologia, tem a inscrição de VLFBERHT, nas folhas de fabricação. Provavelmente são de um bispo ou nobre, aponta Balbás.
Portanto, entre a espada do século XV do Gran Capitán e uma espada no estilo de Joyeuse, seria muito mais crível entender que Cid teria herdado uma espada no estilo franco. Por incrível que pareça, a Joyeuse é contemporânea a El Cid. A Tizona, jamais. Entretanto, válido mencionar que a espada retratada na série é muito bem trabalhada, digna de um nobre de alto nascimento e rico, diferente do que a série e a história nos ensinam.
Personagens Históricos
A maioria dos personagens que a série aborda, são os personagens mais importantes da Península Ibérica na década dos sessenta do século XI. Oras, vejamos – Temos Fernando I de Leão, com mais de quarenta anos de idade, casado com Sancha I de Leão, filha de Alfonso V de Leão e irmã de Bermudo III de Leão, caído na Batalha de Tamarón em 1037, evento que é meramente mencionado. Deste casamento, surgem os filhos: Urraca, a primogênita, Sancho, Alfonso, García e Elvira. Vale ressaltar que as fontes são deveras escassas para termos uma grande quantidade de informações históricas. Portanto, não é difícil encontrarmos alguns anacronismos e diálogos devidamente pensados com a mentalidade contemporânea e moderna, em pleno século XI.
Outra importante figura, é Flaín, Conde de Leão. Seu personagem foi inspirado em Flaín Fernández, parte da importante família Flaínez, Casa que o pai de El Cid, pertencia, em uma ramificação, como nos ensina a historiadora Margarita Torres. Outro importante personagem, é Ordoño, filho de Flaín na série, entretanto, na realidade, fora García Ordoñez, figura importante na futura corte de Alfonso VI. Importantíssimo salientar que García e Flaín não tinham nenhum grau de parentesco.
A Igreja Católica Apostólica Romana está representada pelo Bispo Bernardo. Há um grande problema por aqui. Primeiro, devemos observar que a figura do clero, como sempre, é bastante estereotipada e regada de concepções já esperadas quando temos uma noção do estudo histórico medieval. Além disso, a forma como o Bispo Bernardo age, trabalha e está na série, não nos remete de forma alguma, a um bispo leonês ou castelhano do século XI. Não há nenhum bispo Bernardo em registros históricos da época.
Historicamente, teremos um Bispo chamado Bernardo, que ingressaria a corte do Rei Alfonso VI, em meados de 1080 (posterior ao que estamos analisando). É um monge franco, de Cluny – Bernardo de Sédirac. Seria abade de Sahagún, muito próximo ao Rei e se tornaria o primeiro Arcebispo de Toledo, após a reconquista do local pelas mãos dos mouros. Foram os monges francos, vindos especialmente da Abadia de Cluny, que importarão a ideia de “guerra santa”, que nascia e era lapidada no momento.
Rodrigo Díaz de Vivar, Campeador
A juventude de Rodrigo Díaz é pouquíssimo conhecida. Importante ter em mente, que ao carecer de fontes, sejam elas documentais, orais, materiais dentre outras, é extremamente perigoso navegar nas águas da suposição histórica, fato que as séries de televisão o fazem com abundância.
Não é difícil imaginar que um garoto, jovem como Rodrigo era, em Vivar, almejava se tornar um importante homem de armas ou até aspirar a nomeação de cavalaria. As mães da época teriam um imenso orgulho caso isso ocorresse, diferente de uma mãe extremamente moderna, com medo que o filho morra em combate. O receio e as preocupações sempre existiriam e mães que superprotegem também, mas neste caso, vamos optar pela mentalidade da época e não pelo extraordinário.
Sem dúvidas, Cid teve um grande choque de realidade ao chegar em Leão. Cidade maior, movimentada, com grandes guerreiros alojados no castelo. Além disso, teve de aprender na prática o jogo de interesses e desafetos que uma corte e a política naturalmente trazem a tona. Percebe também, que há uma rígida hierarquia na sociedade feudal e que deve galgar importantes espaços para se destacar. Não é impossível imaginar, que não apenas o Cid histórico, mas qualquer outro jovem, deveria ter uma boa relação com algum cavaleiro ou senhor, para assim dar continuidade ao seu serviço.
Há apenas duas fontes históricas e anônimas sobre o Cid mais jovem: Carmen Campidoctoris, um poema inacabado e rodeado de aspectos floreados, com composição heroica. Neste poema, Rodrigo se destacava bastante no combate singular e tinha grandes habilidades. Tinha relações tensas com o Rei Sancho VI e o Conde García Ordoñez. E Historia Roderici, por sua vez, uma crônica, nos ajuda a entender melhor algumas coisas, como por exemplo, que Cid tinha boas relações, chegando a ser mencionada uma amizade com o Infante Sancho e que por meio do testamento de seu pai, tornou-se Rei de Castela. Fora exatamente graças a amizade e proteção de Sancho, que Rodrigo Díaz conseguiria galgar espaço importante dentro da sociedade leonesa e castelhana.
Curiosamente, é exatamente em Historia Roderici que a série se baseia na capacidade de Cid de “conversar com os pássaros”. Esta passagem é escrita por um historiador islâmico que aponta que Rodrigo tinha o dom de prever o futuro por meio do comportamento das aves.
A série também nos mostra um Rodrigo Díaz extremamente independente e dono de si. Claro, com algumas pitadas anacrônicas e embebidas de modernidade, mas é exatamente a esta “rebelião sutil e com respeito”, que Cid irá muitas vezes deixar de ser um vassalo para traçar seu próprio destino, chegando ao posto se “Senhor”.
Nobreza Combatente e Monarquia
Entender a nobreza feudal e a cavalaria é um dos eventos chaves para compreender a trama política inicial da primeira temporada. O Rei Fernando I, tornou-se Rei de Leão graças a morte de Bermudo III e a seu casamento com Sancha I. Estamos falando de Península Ibérica. Na época, a figura da Rainha Independente ainda não existia, mas Sancha exercia uma importante figura e uma influência grande, muito diferente do mundo germânico e anglo-saxão. Além disso, Leão não gostou de servir o Conde de Castela e chama-lo de Rei. A Casa Flaínez tornava Leão muitas vezes difícil de controlar, tarefa que demandava muito esforço e articulação política do Rei Fernando I. Muitos leoneses, viam o Rei Fernando I como um estrangeiro e até como um dos pivôs para a morte de Bermudo III na Batalha de Tamarón.
Outro importante fator, é demonstrar os conflitos entre os reis cristãos. Apesar de rodeados de muçulmanos, muitas vezes os reis se enfrentavam de forma voraz, custando a vida de diversos monarcas, que não costumavam se esconder nas últimas fileiras de homens.
Os duelos e combate singulares, no século XI, funcionavam como uma espécie de duelo judicial, com regras e de uma forma mais lapidada que as antigas ordálias dos tempos bárbaros. Cid, neste sentido, por sempre ter sido um homem com grandes habilidades e com bom histórico em combate singular, era um homem valioso na corte do Rei Fernando I e sendo amigo e guerreiro de Sancho, ganhou renome atuando em combates singulares.
Neste sentido, os campeões se enfrentavam para a resolução de uma disputa, sendo o conflito o verdadeiro juízo para resolver a lide. A série demonstra um bom conhecimento neste aspecto, pois várias fontes escritas, orais e a tradição, apontam que Rodrigo Díaz mostrou seu valor nas disputas judiciais.
Senhoras e Damas
As três personagens mais importantes femininas, são sem dúvidas, três grandes personalidades, que fazem parte de três espaços diferentes na sociedade feudal da época. A rainha Sancha, infanta Urraca e Jimena, são três grandes mulheres, historicamente falando. Não temos muitos detalhes sequer fontes, que comprovem os atos de Jimena nesta época. Portanto, devemos nos atentar a outros pontos.
A Península Ibérica neste momento, não tinha mulheres rainhas “de facto”. A posição da mulher, era de exercer um grande poder nos bastidores do trono, muitas vezes, maior que o do monarca, duque, conde. As mulheres começarão a ocupar posições de poder, décadas depois, no século XII, com Urraca I de Leão, e Imperatriz Matilde no trono da Inglaterra.
Vale ressaltar, que a personagem de Urraca, infanta do reino, possui uma diversidade de diálogos anacrônicos, com vieses de um discurso “progressista” em plena Idade Média. Além disso, algumas críticas podem até apontar a autora com um viés feminista e um tanto mimada. Devemos mencionar, que David Porrinas, Jean Flori, Jacques Le Goff, escrevem em suas obras e trabalhos, que a mulher nos tempos medievais, possuíam muito mais poder do que podemos imaginar ou do que a cultura de massa tenta nos vender. Basta não olharmos o momento com a mentalidade moderna.
As mulheres, como a própria Rainha Sancha, tinham uma importante função: Eram mediadoras, muitas vezes donas da dinastia, perpetuavam o nome de uma Casa, atuaram diretamente na memória e na perpetuação das diversas dinastias. Eram tempos de guerra. E com isso, exigia muito combate, uso da cavalaria, estratégia e força. Enquanto os homens marchavam para a guerra, muitas mulheres ficavam encarregadas de administrar e governar. Isto, não era incomum muito menos, esporádico. A Rainha ainda, como nos escreve Lucas de Tuy, cronista do século XIII, Sancha financia ainda algumas campanhas militares de seu marido, para a manutenção do poder.
Urraca, por sua vez, tem diversas fontes, seja por crônicas, cantos e alguns romances (escrito). É uma mulher de personalidade forte, ideias claras. Em momento algum, as fontes apontam Urraca com uma rebelião contra seus pais e sequer contestando o modelo de sociedade da época, criando discussões acerca de hereditariedade da Lex Salica e muito menos, criando discussões políticas acerca da sexualidade. Lembrando, em Castela e Leão do século XI, o monarca ideal, era um monarca guerreiro e cavaleiro. Sábio nos tempos de paz e voraz na guerra, que lidere seus homens na linha de frente.
Militaria
El Cid vive em um momento, onde o “cavaleiro” idealizado, ainda não existia. A cavalaria era um conjunto de guerreiros, que seguiam um código moral já elaborado, especializados no combate montado e a pé. Isso demanda tempo e dedicação. O equipamento, ou o cavaleiro tinha que se manter ou ser patrocinado por um grande senhor.
Nas batalhas e exércitos, faltaram e muito, estandartes. A Idade Média “revoluciona” os campos de batalha com os estandartes. Na série, temos estandartes tímidos e pouquíssimos. No combate, os Taifas, Duques, Condes e os Reis levavam seus estandartes. Heráldicas pessoais estavam por todo lado. Símbolos e estandartes faziam parte da realidade e imaginário medieval e foi se lapidando e ficando complexo cada vez mais.
Mas, e o torneio? Dificilmente temos torneios de justas nos tempos de El Cid. As justas, chegaram em seu auge e lapidação no século XIII. As justas e os torneios, como explica Jean Flori e David Porrinas, serviam para dar ainda mais força a função do cavaleiro medieval. Era uma forma de manter a expertise de armas em tempos de paz, além de conceder fama e alguma renda aos vencedores.
Por fim, podemos observar que a única parte positiva do torneio e das justas anacrônicas, são exatamente as formas como o combate é retratado: Podemos observar os cavaleiros e escudeiros conversando sobre técnicas normandas, que estavam em grande evidência e as técnicas ibéricas, de cavalaria ligeira.
Taifas e o Mundo Islâmico
Como mencionado anteriormente, fica extremamente complicado entender a história do Campeador, sem compreender o mundo islâmico da Península Ibérica (Al-Andalus para os islâmicos), no século XI. El Cid, é um personagem que exerceu influência, fama e se imortalizou nos dois mundos. A série neste quesito, apesar de estereotipar o Taifa de Saragoça no clássico islâmico, consegue criar a sensação de dois mundos totalmente diferentes, mas que eram obrigados a conversarem e até a conviverem.
O Califado Omíada, havia se fragmentado, criando vários senhores regionais na Península Ibérica, os Taifas. Na série, apesar de aparecer apenas Saragoça, o Rei Fernando I tinha conseguido se submeter a outros taifas sob tributo. Havia um sistema de troca: Proteção militar e pacto de não agressão por ouro. Porrinas escreve que os cronistas islâmicos, faziam uma curiosa balança – O mundo islâmico possuía astronomia, medicina e algumas técnicas, diferentes do mundo cristão, que era extremamente guerreiro e superior em vários quesitos militares.
Um contraponto curioso, que a série mostra com clareza, é que o mundo islâmico da época, além de respeitar, temia as forças cristãs, pela cavalaria e infantaria pesada dos ibéricos. Naturalmente, os interesses e os jogos de poder, vão criar exércitos híbridos culturalmente e religiosamente. El Cid, com o passar do tempo, vai criar um dos exércitos mais mistos da história da Península Ibérica.
Conclusão e o Estudo Histórico
Desta forma, o História e Combate Medieval recomenda a série de El Cid? A série de El Cid está longe de ser uma série historicamente bem acurada, possuindo alguns erros graves, como na construção de alguns personagens históricos e erros clássicos da televisão, mas por outro lado, são novos ares que a televisão espanhola nos traz frente a muitas produções históricas do mundo anglo-saxão. Portanto, recomendamos que assista a série do Campeador, com a ideia de muitas coisas, são anacrônicas e não históricas, mas que a série sirva de impulso, para que o caro leitor tenha um grande interesse em pesquisar, explorar e entender melhor o período abordado pela série.
Estamos falando de ficção histórica, o que permite aos escritores e elaboradores de cinema e televisão, entrem no campo da especulação. Para os historiadores e estudiosos sérios em história e no estudo histórico, não podemos permitir concessões, omissões e alterações da realidade e do homem em seu período histórico e sua mentalidade. Não cabe ao profissional de história, deixar este tipo de evento ocorrer naturalmente e não informar os devidos apontamentos.
Que estas séries, sejam um meio importante para a difusão da antiguidade, medievalismo e modernidade. Claro, que seria uma grande utopia, uma série historicamente acurada e não uma ficção histórica. Enquanto a ficção atua e navega pelas probabilidades e anacronismos, o estudo histórico faz a balança e evoca a realidade.
Referências Bibliográficas
Hernández Pérez, A.: Astrolabios en al-Andalus y los reinos medievales hispanos, Madrid, La Ergástula, 2018;
Soler del Campo, A.: El armamento medieval hispano, Madrid: A-Z, 1987;
Soler del Campo. A.: La evolución del armamento medieval en el reino castellano-leonés y Al-Andalus (siglos XII-XIV), Madrid: Servicio de Publicaciones E.M.E., 1993;
Yeyo Balbás: La Joyosa es coetánea al Cid. La Tizona, no, España, El Clan del Cuervo.
Comments