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Erudição na Idade Média - Parte I


A Idade Média foi um longo período da humanidade. Dependendo da linha temporal observada, é um período de longa duração e de grandes mudanças, longe da estática proposta por correntes de base iluminista ou renascentista. Para alguns historiadores, foi um período próximo a mil anos, para outros historiadores, ultrapassa o tempo milenar.


O que é importante compreendermos é que, no último século, os estudos acerca do medievo mudam o cenário de forma lenta e gradual, de como a Idade Média era vista. Longe de ser o tempo da “Idade das Trevas” onde apenas reinava a “escuridão e a ignorância”, temos diversos trabalhos, de diversos autores, com um pluralismo de escolas históricas e até ideológicas, comprovando que a Idade Média era um campo fértil de mudanças e continuidades de um mundo que havia sofrido fortes transformações após a queda do Império Romano no ocidente e do Império Sassânida no oriente. 


Este texto não visa discutir ou apresentar ao leitor um trabalho de periodicidade, mas está presente para podermos compreender melhor a questão da erudição do homem medieval. 


Será que durante toda a Idade Média a questão erudita ficou presa a apenas um conceito ou objeto de estudo? Que mudanças ocorreram ao longo dos séculos? Quem eram os eruditos dos tempos medievais? Quais as preocupações destes estudiosos? O que caracterizava a erudição para um estudioso daquele tempo? Como a busca pelo saber e pela verdade influenciou o pensamento e o imaginário medieval? De que forma o mundo ocidental foi alterado diante das transformações que a erudição medieval traz? Estas e outras questões serão a base para o desenvolvimento do nosso artigo. 


Longe da ideia de estagnação social e intelectual nos tempos medievais, hoje, com tantos trabalhos sendo desenvolvidos por diversos medievalistas, tal ideia soa como sandice aos acadêmicos e estudiosos sérios. A erudição é um longo processo que influencia e influenciou o homem medieval, desde as migrações e invasões dos povos germânicos até a baixa Idade Média, com o desenvolvimento das cidades e do ambiente comercial movimentando todas as ordens da sociedade. 


Scriptorium medieval
Scriptorium medieval

 

Séc. VI ao VIII - Transformações 

A queda do Império Romano Ocidental foi um evento extremamente complexo e com diversas peculiaridades. Cada província do Império Ocidental sofreu uma consequência diferente, de acordo com o povo germânico que conquistava ou se instalava na região. Uns eram menos violentos, enquanto outros eram bastante. 


As guerras e invasões desgastaram muito a produção cultural do Império. Para piorar, as cidades, grandes centros de produção cultural, eram os grandes alvos das guerras bem como o objetivo final dos reis germânicos que estavam adentrando no Império. As cidades já não eram mais seguras, logo, ocorreu um êxodo urbano.

 

A instabilidade política, social e econômica gerada pelas crises, passam a ser lentamente substituídas pela instituição de novos poderes seculares: os reinos bárbaros. Logo, os povos germânicos começaram a reorganizar a terra e criar novos Estados dentro das fronteiras imperiais: Reino Lombardo, Reino dos Francos, Burgúndios, Hispania Visigoda, Reino Suevo, Heptarquia, nas Ilhas Britânicas, Vândalos, na África. 


Alguns reinos ainda tentaram utilizar algumas instituições do antigo império, alinhando com seus costumes e tradições, mas uma instituição se manteve de pé diante do caos e das ruínas do Império Romano: a Igreja Católica. 


Mosteiros e Monges: o monaquismo ocidental foi essencial para as transformações que o mundo ocidental enfrentava. Diante do caos e das crises, era necessário a preservação. Surgem os mosteiros, afastados da cidade e seguindo a rígida ordem de São Bento, um dos primeiros nomes responsáveis por manter a ordem. 


Livros eram esvaziados das bibliotecas das antigas cidades do império e levadas para os afastados mosteiros. Durante os cercos, incêndios eram comuns e, com isso, diversas obras clássicas acabaram não chegaram aos tempos atuais. Os monges, para preservar essas obras, primeiro as levavam para as bibliotecas dos mosteiros e, com o tempo, surge a figura dos monges copistas – profissionais especializados em reproduzir cópias dessas obras, agora em estilo de livro. 


São Bento foi o precursor da manutenção e preservação da cultura erudita logo no século VI, mas não foi o único. 


Hispania: Santo Isidoro de Sevilha, no século VII, é uma nova demonstração de preservação e com a paz estabelecida pelo Reino Visigodo da Hispania, surgem os primeiros momentos de estabilidade no oeste. O “último erudito do mundo antigo”, como René de Montalembert o nomeia, será essencial para esta cultura medieval visigoda. 


Santo Isidoro participou ativamente nos Concílios de Toledo, que contribuíram para a união do poder secular visigodo com a Igreja Católica, bem como permitiu a conversão do Rei Ricaredo do arianismo ao catolicismo. Fazia parte do círculo pessoal do Rei Sisebut ou Sisebod, da Hispania. 


Sua obra-prima foi Etymologiae, uma enciclopédia etimológica que retirava diversos conceitos de obras clássicas, extraídas de diversos autores. Este trabalho, lento, complexo e cheio de minúcias, permitiu que muitos conceitos fossem preservados. Além disso, Santo Isidoro, como historiador e linguista, escreve regras para utilização da vírgula, dos dois pontos e do ponto final. 


Santo Isidoro possui mais de 10 trabalhos de grande complexidade intelectual. Escreve sobre história dos povos germânicos que se fixaram na Península Ibérica (Historia de regibus Gothorum, Vandalorum et Suevorum), teologia (De ecclesiasticis officiis), até astronomia e história natural (De natura rerum). É também conhecido por ser um dos precursores da criação dos mapas em formato de “T”. 


São Leandro e Santo Isidoro de Sevilha
São Leandro e Santo Isidoro de Sevilha

Ilhas Britânicas: as Ilhas Britânicas passaram por um vácuo de poder após a retirada do Império Romano. Os anglos e saxões invadiam as ilhas, enquanto os celtas e romano-bretões que habitavam reorganizaram poderes locais para se defender dessas invasões. Já os anglo-saxões, criaram novos reinos com sua chegada. 


Após o tempo de instabilidade, os povos germânicos foram convertidos. Surgiram os mosteiros e a presença da Igreja com as produções intelectuais, que permitiram o desenvolvimento da erudição local.


No final da Antiguidade e no começo da Idade Média, muitos estudiosos das ilhas Britânicas, principalmente membros do clero, viajavam até o continente para obter melhor acesso ao conhecimento e estudos. 


São Beda, o Venerável, foi um dos maiores eruditos da história inglesa. Natural da região da Nortúmbria, é conhecido como o “pai da história inglesa”. 


Boa parte da vida do santo foi em mosteiros, a serviço das abadias e do Rei Ceolwulf da Nortúmbria. Também visitou o Arcebispo de York. Seus trabalhos são grandes contribuições ao estudo da teologia. Extensos trabalhos de comentários bíblicos e exegese, moldaram a erudição dos monges e estudiosos anglo-saxões.


Durante seus estudos, São Beda tentou calcular a exatidão da data da Páscoa, evento que gerou diversas discussões com outros eruditos das Ilhas Britânicas e iniciou a formalização das datas em inglês, mesmo que de forma arcaica, apresentando as datas após o nascimento de Cristo em A.D. - Anno Domini. Logo esta prática se popularizou, foi muito bem vista e recebida no grupo dos estudiosos e avançou por todo o continente europeu, passando a ser utilizada por toda a cristandade latina. 


O erudito santo da Nortúmbria pode não ter criado o método, que nasce com São Dionísio Exíguo, no século V, mas São Beda o adota em seu trabalho Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum e o fundamenta em seu trabalho sobre cronologia em De Temporum Ratione.  


Outros trabalhos são extremamente importantes para o desenvolvimento da cultura erudita: Chronica maiora, Vita Sancti Cudberti (Vida de São Cuthberto) e mártires ingleses entram na parte de hagiografia, além de uma infinidade de comentários bíblicos: Reis, Samuel, Esdras, Tobias, Marcos, Lucas, Atos, Apocalipse. De schematibus et tropis sacrae scripturae ensina e analisa o uso de retórica nas Sagradas Escrituras. Há também obras teológicas profundas como De Natura rerum, De Tabernaculo, De Templo Salomonis, De Fide Catholica


O santo da Nortúmbria também se dedicou a poesia e a obras educacionais: de arte métrica ensina a composição do verso latino, De orthographia é uma obra que ensina os letrados uma forma de construção de textos bem como a ler documentos e obras em latim clássico, uma vez que há diferenças com o latim medieval.  


Na poesia vernacular, São Beda compôs um pequeno poema de apenas cinco linhas, mas imortalizado como “O Poema de Morte de São Beda”. 


Para alguns historiadores, São Beda é considerado o erudito mais importante do fim da antiguidade e do começo da Idade Média em uma periodização de dois séculos: entre a morte do Papa São Gregório I, em 604, e a coroação de Carlos Magno como Sacro Imperador Romano Germânico, em 800. 


São Beda, o Venerável
São Beda, o Venerável

 

Século IX – Renascimento Carolíngio 

 

A figura de Carlos Magno para a história ocidental é de um peso inigualável. O Pater Europae, pela primeira vez desde as grandes crises das migrações e invasões dos povos germânicos no ocidente, trouxe à Europa ocidental, um sentimento há muito esquecido: unidade e segurança - política, social e religiosa. 


A unificação dos povos sob a bandeira de Carlos Magno e a criação posterior do Sacro Império Romano Germânico em sua coroação no ano 800, muda a estrutura social e política do ocidente. Períodos de grandes instabilidades estavam se tornando parte do passado e, agora, um dos desafios do imperador, seria governar e administrar seu império que partia da Marcha Hispania até a fronteira com a Boêmia. 


Surge, então, o importante Renascimento Carolíngio, um dos “três grandes renascimentos” dentro da Idade Média. Conceitos um pouco estranhos para nós do Brasil, que estamos acostumados apenas com a associação desse termo apenas ao final dos séculos XV e XVI, com as proeminentes figuras italianas da arte, da pintura e da escultura.


Em pleno século VIII e durante o século IX, o Império Carolíngio tinha uma preocupação de reestabelecer o trabalho cultural e intelectual, tal qual como um continuísmo, diante do legado dos gregos e dos romanos. 


Como bem nos mostra Pierre Riché, o termo “Renascimento Carolíngio”, não implica que os séculos anteriores estavam abarrotados de obscurantismo e regressão cultural e intelectual. Isto é uma forma iluminista e positivista de analisar os eventos, com o fim de desmerecer e atacar a imagem dos povos bárbaros germânicos.


O que Carlos Magno fez, foi fortalecer o trabalho intelectual que passou por uma transformação diante das instabilidades políticas da queda do império e da criação dos reinos germânicos. Louis, o Piedoso, filho e sucessor do primeiro Sacro Imperador, também está diretamente ligado com as políticas iniciadas por seu pai de uma preocupação mais profunda com a cultura erudita. 


Durante este período, diversos trabalhos foram feitos. Inovações na literatura, arquitetura, arte, música, jurisprudência e até reformas litúrgicas foram discutidas, bem como um aprofundamento nos estudos de diversas esferas. As escolas carolíngias eram centros culturais e de produção de saberes notáveis, extremamente  eficientes em sua proposta inicial.  


Havia uma preocupação muito grande em salvar livros raros e iniciar o longo processo de cópias de livros clássicos, feitos nos famosos scriptoria, onde monges trabalhavam dia e noite para a preservação de obras tanto cristãs como pagãs - exemplo claro de que o poder secular e o religioso estavam interessados na preservação do conhecimento para alimentar as bibliotecas da cristandade. 


Para ver este trabalho tomando forma e não se tornar apenas uma discussão com projeto político, Carlos Magno passa a reformular toda sua corte. Convida e leva para Aachen, nomes importantíssimos da erudição de seu tempo. Com isso, seu objetivo era claro: criar a base intelectual e erudita que seu império necessitava. 


Cinco nomes se destacaram e chamaram a atenção de Carlos Magno durante o Renascimento Carolíngio: Paulo, o Diácono, Theodulfo de Orléans, Waldo de Reichenau, Alcuíno de York e Pedro de Pisa, grammaticus.


Catedral de Aachen
Catedral de Aachen

Paulo, o Diácono: monge beneditino, escriba e historiador dos lombardos. Fontes e apontamentos indicam que era secretário pessoal do Rei Desidério. Após a invasão dos francos e a captura de Pavia por Carlos Magno, Paulo foge para o mosteiro de Monte Cassino, onde se “exila”. 


O conhecimento e erudição de Paulo chega aos ouvidos de Carlos Magno. Além de seus incontáveis trabalhos enquanto serviu ao rei dos Lombardos, sendo uma de suas obras primas a direção de Historia Langobardorum, o Sacro Imperador pede para que Paulo compile uma série de homilias, posteriormente utilizadas por clérigos francos e germânicos por todo o Sacro Império Romano Germânico. 


Theodulfo de Orléans: de origem visigótica, nascido em Saragoça, foi escritor, poeta e Bispo de Orléans. Esteve presente durante os governos de Carlos Magno e de Louis, o Piedoso. Foi uma das figuras centrais do Renascimento Carolíngio. 


Theodulfo é nomeado Bispo de Orléans e abade de diversos mosteiros da região, após Carlos Magno entender e perceber a sua erudição e importância. Tinha a incombência de liderar e direcionar a reforma educacional da região do Vale do Loire nas escolas monásticas. 


Um dos trabalhos atribuídos à Theodulfo é a autoria de Libri Carolini, com seu nome completo como Opus Carolini regis contra synodum, uma obra que refuta e nega o Segundo Concílio de Nicéia (787). Carlos Magno, posteriormente decide que entrar em conflito com Roma não seria interessante então o livro nunca é enviado. 


Pedro de Pisa: também conhecido como Pedro Grammticus, foi um linguista, poeta e diácono da alta Idade Média. Logo após a conquista da Itália por Carlos Magno, Pedro foi convocado à corte provisória em Pavia e foi designado para se tornar o professor pessoal de latim Carlos Magno. 


Os textos latinos de Pedro mostram como haviam mudanças educacionais no período. Mesmo diante das instabilidade políticas dos séculos que se seguiram após a queda do Império Romano Ocidental e o estabelecimento dos reinos germânicos ao longo de toda a Europa Ocidental, o latim ainda era uma língua falada, principalmente pelos ritos eclesiásticos e alguns aristocratas. É neste sentido, que o latim, junto da fé, se tornavam elementos de unificação. 


O clérigo de Pisa foi uma das chaves para organizar esta tarefa de tornar o latim uma língua franca. Diversas variações de línguas germânicas e línguas celtas, tinham um caráter extremamente regionalista e ligado às culturas locais. Com isso, reorganizou estudos do latim e criou várias particularidades de como o latim poderia ser ensinado diante das variações linguísticas.  


Após anos de trabalho, Pedro retorna para a Itália, onde escreve poemas epistolários a Carlos Magno, prestando homenagens por construir diversas Igrejas, governar com sabedoria e agir como “pai de seu povo”. 


Waldo de Reichenau: foi abade e um oficial do governo de Carlos Mago. Pertencente a nobreza franca, é uma das figuras centrais na promoção da cultura e da erudição da época. Foi abade de Reichenau de 786 a 806, transformando toda a abadia em um local para estudo e desenvolvimento intelectual. Lá organizou e montou uma biblioteca, construiu um scriptorium e tornou o local um exemplo para as demais as abadias da cristandade. 


Por ter sido um dos conselheiros de Pepido, Rei da Itália, terceiro filho de Carlos Magno, posteriormente foi encarregado aos bispados de Pavia e Basileia. Tinha grande prestígio e confiança na corte carolíngia e seus conselhos eram sempre levados em consideração pelo peso de suas palavras. Suas ideias estavam alinhadas com as de Carlos Magno pela necessidade de promover uma reforma educacional e cultural junto de boa administração imperial. 


Promoveu a ampliação da rede monástica e das escolas. Enviou um monge de Reichenau, Odilleoz, para escutar com Alcuíno de York, que retorna com importantes manuscritos e o conhecimento adquirido de Alcuíno, fundamentais para o desenvolvimento da cultura carolíngia na região. 


Alcuíno de York: foi um clérigo anglo-saxão, estudioso, erudito, poeta e professor em York. Foi aluno de Ecberto de York e mudou-se para o Império após o convite de Carlos Magno. Na corte imperial, se tornou um dos maiores mestres eruditos do Sacro Império, sendo um dos principais nomes na corte carolíngia. Também serviu como chanceler em Aachen, o que o torna uma das figuras centrais do renascimento Carolíngio. 


Desenvolveu trabalhos no campo da matemática, liturgia, teologia e literatura. Como matemático, desenvolveu teses sobre aritmética: escreveu 53 problemas matemáticos e os desenvolveu de forma extremamente didática, por meio de problemas lógicos de “quebra-cabeças” conhecidos como “travessias de rios”, alguns famosos até os dias de hoje. 


Nos campos da teologia e da liturgia, escreveu diversos comentários a livros bíblicos, bem como tratados morais, De Virtutibus et vitiis, De animae ratione, que possuem base agostiniana. Alcuíno também escreveu sobre a natureza das confissões dos pecados. Na parte litúrgica, Alcuíno era extremamente defensor da união dos ritos: defendia que o rito gálico, deveria ser substituído pelo rito romano, para toda a unidade da Igreja Romana e do Ocidente. Ajudou a elaborar o missal e o breviário de sua época. 


A influência literária não poderia passar despercebida. Alcuíno foi um dos precursores a elaborar a escrita de letra cursiva, utilizada até os dias de hoje. Graças a presença de Alcuíno de York e de suas diversas cartas enviadas para seus amigos e conhecidos, podemos perceber as mudanças que ocorreram por toda a corte. Muitas cartas foram enviadas para seus amigos ingleses. 


Estudos em gramática, retórica e dialética podem ser percebidos como uma forma de seu estudo de linguagens. As obras eram elaboradas em forma de diálogos, seguindo uma lógica de trabalhos da antiguidade clássica. Escreveu alguns poemas, se destacando uma história da Igreja de York, de nome Versus de patribus, regibus et sanctis Eboracensis ecclesiae


Os principais trabalhos de Alcuíno de York são: Camina, Versus de patribus, regibus et sanctis Eboracensis ecclesiae, De clade Lindisfarnensis monasterii, Epistolae, Ars Grammatica, De ortographia, De dialectica, Disputatio regalis et nobilissimi juvenis Pippini cum Albino scholastico, Disputatio de rhetorica et de virtutibus sapientissimi regis Carli et Albini magistri, De virtutibus et vitiis, De animae ratione, De Cursu et Saltu Lunae ac Bissexto, Propositiones ad acuendos iuvenes, De Fide Sanctae Trinitatis et de Incarnatione Christi, Compendium in Canticum Canticorum.


Alcuíno de York
Alcuíno de York

Conclusão

Podemos perceber a importância e o desenvolvimento de toda a cultura erudita neste primeiro momento na Idade Média: de um mundo em crise e transformação, a Igreja, muitas vezes foi o pilar em comum como pináculo de fé e estabilidade diante de tantas mudanças e instabilidades. 


A presença e proeminência de Alcuíno de York foi tão grandiosa no desenvolvimento da erudição medieval que alguns historiadores apontam que há três momentos do Renascimento Carolíngio: primeiro a chegada de Alcuíno na corte imperial quando os italianos, liderados por Pedro Grammaticus, ocupando uma posição central no desenvolvimento dos trabalhos; segundo a dominância de Alcuíno e dos anglo-saxões; Por fim, após o ano de 804, a presença de Theodulfo de Orléans e dos francos tornando-se dominante. 


Desta forma, é evidente que a cultura medieval vai passando por transformações e criando um diálogo entre presente e passado: de uma Antiguidade, com a herança grega e romana que havia se transformando em um mundo medieval, cristão por essência, mas com fortes ligações as tradições e culturas dos povos germânicos. 


Fontes

Catholic Encyclopedia 

Daniel Rops - História da Igreja 

Einhard – Vita Karoli Magni 

F. Brunhölzl - Histoire de la littérature latine au Moyen Âge 

Frederick Lorenz – Life of Alcuin 

Jacques Le Goff – Homens e Mulheres da Idade Média 

Pierre Riché - Les Carolingiens 

Régine Pernoud – A Mulher no Tempo das Catedrais 

Régine Pernoud – Luz da Idade Média 

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