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Foto do escritorCarolíngio

Combate Medieval e História

Atualizado: 8 de set. de 2020

Muitos se perguntam como praticar esportes pouco conhecidos ou participar de iniciativas que fazem a história ser reconstruída da maneira mais fidedigna possível. Neste novo segmento criado pelo História e Combate Medieval, abordaremos as diversas esferas que o combate medieval engloba: Esporte, atividade física, estudo, bem como as atuações dos grupos de reencenações históricas.

Podemos iniciar com um dos esportes que mais fazem sucesso nos dias de hoje: O Combate Medieval Histórico de armadura. Consistindo em duas grandes organizações, é um esporte que envolve algumas modalidades: Duelos, sejam eles de espada e escudo; espada e broquel; espada longa; e armas de haste. Há também o que mais chama a atenção dos espectadores, o combate em grupo, famoso por ser violento em todos os aspectos, com o objetivo de derrubar todo o time adversário no chão.

O combate medieval amadurado não permite o combate com cota de malhas por todo o corpo e elmos abertos, por questões de segurança. Por isso, as armaduras mais comuns são as do século XIV e XV (visualiza armaduras repletas de aço da cabeça aos pés, placas de aço, como no filme “Legítimo Rei”) sendo, portanto, proibido usar armaduras de uma diferença de 50 anos e de diferentes regiões geográficas. Há necessidade de armaduras exigidas pelo comitê histórico apesar de, muitas vezes, o equipamento ser otimizado para o esporte, afastando questões históricas, sob o a justificativa da segurança.

Além dos combates amadurados, temos o famoso “viking combat”, praticado por grupos de reencenação nórdica, com foco nos vikings, que usam dos relatos de runas, tradição oral e das sagas sobre o “combate viking”. Não existe um código ou manuscrito detalhado sobre os movimentos e “arte da guerra escandinava”, portanto, muito destes movimentos e técnicas são uma junção dos breves escritos com a possibilidade de um combate fidedigno da época, juntando agressividade e eficiência durante a luta.

Claro, que o combate viking é bem diferente do combate medieval amadurado por uma série de fatores, mas para quem se interessa bastante pela cultura nórdica, existem diversos grupos espalhados ao redor do mundo que tentam retratar este momento histórico com a devida seriedade. Para isso, você vai precisar de uma cota de malha, um elmo escandinavo ou germânico do século IX e um bom machado, um dos símbolos dos guerreiros nórdicos.

Para aqueles que buscam um estudo mais detalhado de como as técnicas de manuseio de armas foram se refinando ao longo do tempo, vale dar uma olhada nas Artes Marciais Históricas Europeias, mais conhecido por sua sigla em inglês: HEMA.

Boa parte da atuação deste ramo de combate provém do estudo e o entendimento de fontes documentais e tratados de combate escritos por mestres de esgrima medieval na Itália e na Germânia, durante o Sacro Império Romano Germânico, na Península Ibérica e até um tratado da Burgúndia de como manusear machados! Realmente, é um dos segmentos que mais necessita preparação e os campeonatos e duelos são feitos com extremo cuidado, cautela e observância nos movimentos. De forma grosseira, podemos dizer que as Artes Marciais Históricas Europeias são os predecessores da esgrima olímpica e de outros esportes de contato, como o Wrestling. Não se luta com trajes históricos, mas com um traje muito parecido com o da esgrima olímpica, pois este segmento de combate permite estocadas, um dos movimentos mais fatais.

Não poderíamos deixar de mencionar os diversos grupos de Reencenações Históricas. Muito famosos em outros países, são grupos preocupados com o rigor e a historicidade de certos eventos ou determinados grupos que fazem parte da história da humanidade.

Reconstrução da Batalha de Grunwald

Nos países que possuem um grande engajamento, podemos observar uma infinidade de grupos históricos de reencenações: Na Itália, não é difícil encontrarmos grupos que revivem as legiões romanas do período imperial e as intrigas dos senhores da Itália Medieval; O mesmo podemos falar na Península Ibérica romana e a medieval; Na Grã-Bretanha, existem iniciativas que mesclam desde o passado celta até o período vitoriano.

E as infinidades continuam. O mundo germânico revive seu passado medieval do Sacro Império até a Grande Guerra do Norte, os eslavos tentam juntar o máximo de sua cultura possível: Dos cossacos até os diversos procedimentos de cristianização das terras, com grande destaque a reconstrução da Batalha de Tannenberg ou Grunwald. São para todos os gostos, basta ter engajamento e disposição para pesquisa e comprometimento nos encontros.

Aos interessados em uma modalidade mais dinâmica e longe de rigor histórico, há uma modalidade denominada “Sociedade do Anacronismo Criativo”. Se você está procurando algo que fique entre inspirações históricas, mas que têm uma grande fonte fantasiosa, este é o seu lugar. No SCA, cada grupo e comunidade, é diferente. Há um dinamismo e uma gama tão grande, que podemos encontrar um capacete samurai com uma cota de malha e este diferente guerreiro, lutando com uma alabarda do século XV. Neste sentido, um pouco mais distante da historicidade, citamos também o LARP, um Live Action de RPG, mas deixamos claro que são modalidades bem diferentes com seus respectivos nichos.

Portanto, podemos observar que o combate medieval e a história podem andar juntos dependendo dos gostos e das ambições do caro leitor. Seja um viking, um cavaleiro inglês, teutônico, hussardo polaco ou um piqueiro italiano, o importante é a grande função cultural e histórica que estes grupos históricos promovem: Cada vez mais, fazem pessoas de diversas idades, se interessarem por determinados períodos históricos e manter culturas, costumes e dependendo, até tradições, centenárias ou milenares, nos tempos pós-modernos.

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